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Segunda-feira, 28 de Abril de 2025
Brasileira mira retorno à seleção após temporada de destaque na Roma !

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Brasileira mira retorno à seleção após temporada de destaque na Roma !

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  Roma 31-05-2022 

Um vice-campeonato italiano que rendeu a inédita classificação para a Liga dos Campeões Feminina, e outro vice, na Copa da Itália, totalizando seis gols e oito assistências nas duas competições. No fim, a eleição como melhor meio-campista da Série A. Assim se resume a temporada de Andressa Alves na Roma.

 

Mas os motivos para comemorar não terminaram com o fim dos campeonatos. Nesta terça-feira, o clube da capital italiana anunciou a renovação por mais um ano do contrato com a brasileira. O próximo sorriso Andressa Alves espera abrir segunda-feira, quando a técnica Pia Sundhage anunciar as convocadas para a Copa América, em julho, na Colômbia, e os amistosos contra Dinamarca e Suécia, no fim de junho. Fora da seleção brasileira desde outubro do ano passado, a meio-campista vê nas boas atuações na Itália razão para acreditar no retorno.

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- A expectativa é sempre grande, eu continuei trabalhando na Itália, mesmo com a comissão da seleção optando por não me convocar eu tinha que continuar fazendo meu trabalho. Hoje eu posso falar, não é porque eu ganhei o prêmio (de melhor meia do Italiano), mas se eu estiver na seleção sei que vou poder contribuir muito na parte ofensiva, de criação, porque eu sei do meu potencial, já fiz mais de cem jogos com a camisa da seleção. Mas tenho que trabalhar em silêncio e deixar a comissão técnica decidir, são eles que mandam - afirmou Andressa Alves em entrevista por videoconferência ao footbrazilian.com.br

 
 

Andressa completa em 2022 uma década de seleção brasileira. Ajudou o Brasil a conquistar a Copa América em 2014 e 2018, foi ouro no Pan de Toronto-2015, disputou as Copas do Mundo de 2015 e 2019, e também os Jogos Olímpicos do Rio-2016 e Tóquio-2020, torneio realizado ano passado por causa da pandemia de Covid-19. Após as Olimpíadas, foi chamada apenas para os amistosos contra a Austrália, em outubro.

Aos 29 anos, desde 2015 atuando no exterior (Boston Breakers, Montpellier, Barcelona e Roma), Andressa aprova a mistura de gerações na seleção brasileira, com veteranas com larga experiência internacional dando suporte aos novos nomes que estão surgindo.

 

- Com certeza é importante essa mescla. Na seleção, tem que ser por merecimento, tem que ser convocada quem está no melhor momento, independentemente se tem 21, 29 ou 35 anos. É importante, lógico, ter as novinhas, junto com o pessoal de 29, de 35, é essa mescla que dá certo.

 

Na Roma desde 2019, Andressa Alves participou do primeiro título da equipe feminina, a Copa da Itália de 2020/21. Recentemente, o país anunciou que a próxima temporada será a primeira totalmente profissional da Série A feminina. E a brasileira já colhe os frutos da mudança, com uma renovação contratual feita dentro dos novos processos que estão sendo implantados.

 

- É um contrato todo novo, com as novas regras da Federação Italiana, com o profissionalismo. Um contrato igual como é feito no masculino, agora também no feminino. Até por isso demorou um pouco para ser assinado, por todo esse trâmite, algumas coisas o clube ainda não sabia, porque era tudo novo. Mas no final deu tudo certo e estamos renovados por mais um ano - celebrou a jogadora, explicando algumas das mudanças.

As jogadores na Itália vão ter benefícios que antes não tinham, como férias, décimo-terceiro salário, antes não tinha benefício nenhum. Tem a valorização salarial também, porque virando profissional o clube recebe mais dinheiro da Federação, e tem um retorno maior também. Assim você pode contratar mais jogadoras e aumentar o nível do salário.

 
 

 

Confira a entrevista completa com Andressa Alves:

 

Como recebeu a notícia da eleição de melhor meia do Campeonato Italiano?

- Na verdade, quem viu a notícia foi minha esposa (Fran, ex-jogadora da seleção brasileira): "Você foi eleita a melhor meia!". Eu fiquei felizona, porque o campeonato é muito bom, as meias da seleção italiana são as melhores, foi uma disputa acirrada, mas eu sabia que tinha feito uma boa temporada, já tinha sido eleita a melhor jogadora do primeiro turno, a que tinha mais participações em gols e tudo. Mas quando você recebe o prêmio é gratificante, porque as outras jogadoras são muito boas, e você sabe que no final você fez uma boa temporada. E por ser brasileira e não ser italiana, jogar na Roma é histórico e ser eleita a primeira brasileira a ter um prêmio de melhor meia é espetacular.

 
 

Como vocês na Roma avaliam a temporada, com o inédito vice italiano e a primeira classificação para a Champions League?

- A gente deu trabalho nessa temporada. Quando começou, os nossos principais objetivos eram chegar na Champions e na final da Copa da Itália. E a gente conseguiu essa vaga na Champions, que é bem difícil, você tem um campeonato com Inter, com Milan, Juventus, Sassuolo, Fiorentina, é muito disputado. E foi a nossa melhor temporada, em pontos e gols. Então foi coroado o futebol que a gente jogou. Todo mundo fala na Itália que a Roma joga o melhor futebol, que o torcedor gosta de assistir, com toque de bola, para o torcedor é admirável, então a gente ficou muito feliz.

Faltou pouco para o bi da Copa da Itália...

- Perdemos a final da Copa jogando muito, o que é bem pior (2 a 1 para a Juventus, com Andressa Alves fazendo o gol da Roma). A gente foi bem superior na final, mas acontece. No futebol, você tem que ser preciso, você tem uma oportunidade de gol e acabou. Mas saímos de cabeça em pé, porque foi uma temporada espetacular.

A distância para a Juventus diminuiu?

- Nessa temporada já dava pra gente ter brigado, mas a gente tropeçou em dois jogos que não podíamos tropeçar, o campeonato acabou com só cinco pontos de diferença (para a Juventus). Por exemplo, o empate em Turim, na casa da Juventus, a gente jogou muito melhor, podíamos ter vencido o jogo, o pessoal da Juventus até falou que elas saíram no lucro. A gente sabe que tinha time para chegar mas a gente respeita, a Juventus ainda é o melhor time da Itália, tem que ser respeitado. A próxima temporada vai ser das mais difíceis, os times vão se equilibrar ainda mais, Milan, Inter, Sassuolo. Quem estiver com um grupo fechado, não só com 11 jogadoras mas com um banco de reservas bom pode ser que saia na frente.

 

A Roma vai para a Champions, mas o torneio já começa com um mata-mata, já que somente Lyon, Barcelona, Chelsea e Wolfsburg têm vaga garantida na fase de grupos. O que acha disso?

- Não existe isso, você faz um sacrifício enorme para ser o segundo no campeonato, e tem que jogar os playoffs ainda, não entra nem direto na fase de grupos. Tem que mudar esse regulamento. Acredito que vão chegar reforços importantes na Roma, mas eu acho que eles só vão anunciar em julho, que é quando vira profissional. Pelo que eu escutei do treinador e da parte diretiva, sim, eles vão contratar reforços de peso para poder chegar na Champions, passar os playoffs e fazer uma grande fase de grupos, porque não adianta se sacrificar tanto para chegar e sair nos playoffs.

Como você tem jogado na Roma? É diferente de como joga na seleção?

- Na Roma, a gente joga no 4-3-3, com duas meias, e eu sou aquela meia-atacante atrás das atacantes, aquela jogadora que chega para finalizar, que dá assistência. Na seleção, eu tenho que jogar um pouco diferente, porque o Brasil joga no 4-4-2, então hoje na seleção a função talvez que me ajudaria seria como a segunda atacante, aquela falsa 9, em que eu poderia vir buscar, fazer as jogadas para a outra atacante, e enfiar a bola para as jogadoras abertas. Dentro da seleção, com essas características, acho que seria essa posição em que eu conseguiria fazer a seleção render mais.

FONTE/CRÉDITOS: Redação da Foot Brazilian World
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