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Quinta-feira, 17 de Abril de 2025
Elogiada por Pia, meio campo Brasileira vive bom momento na seleção no Torneio da França

Futebol Feminino

Elogiada por Pia, meio campo Brasileira vive bom momento na seleção no Torneio da França

Elogiada por Pia, meio campo Brasileira vive bom momento na seleção no Torneio da França

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 Caen 18-02-2022 

Em vez de grama, areia. A diversão em São Luís do Maranhão era jogar bola na praia. Ou no campinho atrás da casa da avó. Foi assim que Ary Borges começou sua relação de amor com o futebol e iniciou seu caminho na modalidade. Caminho esse que trouxe a atleta até à seleção brasileira e a realizar o sonho de vestir a amarelinha.

- Eu comecei jogando bola na praia com os meninos. Mas nunca levei muito a sério, porque na minha cidade não era comum ver mulher jogando futebol. Sempre digo que o esporte entrou na minha vida por acaso. Fui criada pela minha avó, porque meus pais saíram cedo de casa quando eu tinha dois anos pra tentar uma vida melhor. E atrás da casa da minha avó tinha um campo de futebol. Meu tio que me levava pra jogar, ele que me colocou nesse mundo - disse Ary.

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Foi o reencontro com os pais, aos 10 anos de idade, e a mudança para São Paulo com a família que colocaram de vez o futebol na vida da meio campo da seleção.

- Até os 10 anos eu nunca tinha visto meus pais. Nos falávamos por telefone, eles mandavam fotos, mas nunca tínhamos nos visto pessoalmente. Me mudei pra São Paulo e meu tio avisou ao meu pai que eu jogava bem futebol, disse pra ele me ajudar desenvolver. Foi quando meu pai começou a correr junto comigo atrás desse sonho. Comecei na base do Centro Olímpico, e depois as coisas começaram a acontecer.

 

Ary Borges passou dois anos no Sport, depois foi defender o São Paulo, até parar no Palmeiras, clube onde joga desde 2020. Hoje, ela é meio campo da seleção brasileira e entrou como titular no empate do Brasil por 1 a 1 contra a Holanda, jogo de estreia do Torneio Internacional da França. O desempenho da atleta rendeu elogio especial da treinadora Pia Sundhage.

- Ela se tornou uma jogadora muito confiável. Isso é louco porque, na primeira vez que a vimos na seleção, ela driblava, mas não sabia muito pra onde ir. Na segunda vez, ela evoluiu um pouco mais, e se você analisar a técnica dela, a velocidade, resistência, eu acho que ela ajudou bastante o time nessa partida.

Ary Borges treina sob os olhares atentos de Pia — Foto: Thais Magalhães/CBF

 

Conquistar a confiança de Pia não é missão fácil, mas para Ary a passagem dela na seleção teve uma virada importante no ano passado, quando a seleção foi até a Austrália para jogar dois amistosos contra o time da casa.

- Eu acabei chegando um dia antes do resto da delegação na Austrália, e eu e Pia tivemos uma conversa de uns 10, 15 minutos, na qual ela me mostrou vídeos de alguns jogos e falou que eu precisava muito dessa constância em relação à marcação. Me cobrou algumas coisas pontuais e aquilo mexeu um pouco comigo. Percebi que se eu quisesse estar aqui eu precisava realmente melhorar e fazer o que ela queria que eu fizesse. Acho que foi um momento chave, e talvez isso tenha mudado algo na minha cabeça - afirma Ary.

Neste sábado o Brasil encara a França, adversário que a seleção nunca conseguiu vencer. Na última Copa do Mundo, as comandadas de Pia foram eliminadas pelas francesas nas oitavas de final. Uma das missões nesse jogo é tentar parar a gigante Wendie Renard, zagueira com 1,87, perigosíssima nas bolas aéreas. Na estreia do Torneio da França, o time da casa venceu a Finlândia por 5 a 0, com quatro gols de jogadas áreas, dois marcados por Renard.

 

- Ela é uma grande jogadora, mas a gente precisa acreditar na nossa equipe. Já que ela é muito alta, pra marcar a gente (jogadoras mais baixas e rápidas) fica mais difícil. Então, acho que precisamos tirar vantagem disso no ataque - diz Ary.

Ary posa com o troféu e a medalha após a conquista do Torneio internacional feminino disputado em Manaus no ano passado — Foto: Thais Magalhães/CBF

Já em relação ao futuro, a meio campo prefere ter cautela e viver o presente. Mesmo faltando um pouco mais de um ano para a Copa do mundo da Austrália e da Nova Zelândia, Ary Borges quer focar nos próximos jogos e se dedicar ao máximo para garantir uma vaga na equipe de Pia.

FONTE/CRÉDITOS: Redação da Foot Brazilian World
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