Milão 09-11-2022
Foi numa conexão entre Milão e Monaco, onde reside, que Rafaela Pimenta conseguiu apoiar o celular na mesa do aeroporto para entrevista de pouco mais de 30 minutos. Foi a primeira vez que a empresária brasileira, advogada de formação e ex-professora de Direito Internacional, concedeu para a imprensa do seu país de origem.
Ela retornava de Turim no dia seguinte de receber das mãos de Paul Pogba, jogador que a trata como segunda mãe, o prêmio de melhor agente do mercado do futebol, oferecido por um jornal italiano. São mais de 20 anos no futebol.
Trajetória que começou ao lado de Mino Raiola, falecido em abril, e continua agora como herdeira da empresa One Sarl e empresária de jogadores como Haaland, Pogba, Balotelli, Donarruma, entre outros.
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Depois da morte do Mino Raiola passamos a conhecer mais sobre Rafaela Pimenta. Você foi professora de direito em São Paulo, é advogada há muitos anos. Mas como isso tudo começou?
- Sou advogada, dei aula muito tempo em São Paulo, em Guarulhos, adorava dar aula, ainda gosto. Mas em 1998 quando a Lei Pelé saiu e foi uma revolução no cenário brasileiro de futebol, porque acabou com o passe, veio aquela grande expectativa dos investidores internacionais - a Hicks Muse, a Parmalat - de mudança no cenário nacional de investimento no futebol. E aquela época Cesar Sampaio e Rivaldo criaram uma empresa chamada CSR. A frente dessa empresa estava o Carlito, que era um amigo deles que tocava o dia a dia da empresa. Ele estava procurando alguém para conhecer melhor a Lei Pelé e, inclusive, eles estavam criando um clube, o Guaratinguetá. E um amigo meu de infância que já estava na área do futebol, é advogado também e que, inclusive, hoje é o meu companheiro, me chamou pra fazer junto com ele esse projeto no futebol. Então eu entrei e comecei a conhecer as pessoas com as quais eu vim a trabalhar pelos próximos vinte anos, entre eles o Mino Raiola.
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Rafaela Pimenta ao lado de Mino em jogo do PSG, em 2017 — Foto: Jean Catuffe/Getty Images
Qual foi o primeiro negócio que vocês fizeram?
- Nessa época era tudo muito novo no Brasil. Uma das primeiras transferências pós-passe live, que era uma novidade, foi o Fábio Montezine, do São Paulo. A gente fez essa transferência para Europa, depois até acompanhei a carreira dele até o Catar, onde mora lá até hoje. Quando a gente começou esse trabalho eu trabalhava no governo, trabalhava no CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Assim que acabou o meu mandato no CADE eu não renovei, não quis renovar. E eu fui para a Europa, na expectativa de aprender um pouco mais de direito esportivo pra ver o que que eu podia, na verdade, importar para o Brasil. Nesse período acabei me aproximando muito mais da empresa do Mino. Só tinha ele na época e começamos juntos a, de certa maneira, profissionalizar a empresa, a definirmos papeis e começamos a trabalhar nesse mercado
Você tinha algum parente que trabalhava com futebol?
- É aquela coisa de em casa de ferreiro, espeto de pau. Minha família é toda do basquete, eu cresci assistindo basquete e a gente recebia aquelas fitas de vídeo da NBA, esperava sei lá quantos dias depois do jogo para elas chegarem em casa. A grande grande emoção da família era quando a gente podia viajar e assistir um jogo de basquete, um All Star Game da NBA. Eu não sou de uma família de futebol. Meu pai jogou basquete, eu cresci fazendo esporte e sou uma pessoa realmente ligada a estilo de vida saudável, mas tinha essa paixão essa vontade de transformar isso em alguma coisa interessante. Eu fiz direito com com uma ambição de trabalhar na ONU, de ser diplomata, de ter uma visão internacional da coisa. Eu era professora de direito internacional. Mas Mino me levou para o futebol, quando eu vi eu estava lá totalmente imersa, completamente apaixonada pelo negócio. Como tenho formação jurídica, aproveitei para a área de negociação contratual. Todos os contratos da minha empresa sou eu que faço. Nunca existiu um contrato na minha empresa que não fui eu que fiz.
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Rafaela recebe das mãos de Pogba prêmio de melhor agente, concedido por jornal italiano — Foto: Reprodução
Você conheceu o Mino nos anos 1990. Como começou essa relação? Pela internet, a gente lê que ele trabalhava em uma pizzaria da família e se tornou um grande empresário de futebol. Que você o acalmava, porque ele explodia 30 vezes por dia.
- Bom, primeiro que a pizzaria é uma lenda urbana, né? O Mino nunca teve pizzaria nem a família dele, Isso aí foi uma briga de um jogador que eu não me lembro quem era para os ofender. Acabou falando disso. A família dele realmente vem da área de restaurante, mas nunca teve pizzaria. Dito isso, eu nem acho que sou calma e o Mino era explosivo. Eu acho que nós dois sempre tivemos personalidades fortes, mas diferentes. Quando falei sobre isso, me referi que o Mino explodia muito mais rápido do que eu. Explodia trinta vezes por dia e depois de cinco minutos nem lembrava mais. Eu explodo uma vez por ano e não esqueço nunca mais. Então talvez ele tenha muito mais qualidades que eu em termos dessa capacidade de superar a explosão. Mas de qualquer modo quando o conheci ele já era um procurador importante. Nós estamos falando de uma época em que tudo era muito diferente. Mas o Mino já tinha feito transferências relevantes, como a do Bergkamp (ex-jogador holandês), já estava, inclusive, com o (Pavel) Nedved (ex-jogador tcheco), que logo depois ganhou a bola de ouro, né? Então ele já estava com o percurso dele caminhando e e eu cheguei, tentei acrescentar ali o meu toque. Acima de tudo pra ser empresa e não uma aventura de uma geração só. Que é o que eu vejo muito nas empresas de agenciamento esportivo. Elas duram uma, duas gerações do jogador de futebol. É difícil ter vida longa porque o próprio procurador, talvez por fazer a coisa de um modo muito focado nele, tenha dificuldade depois de um tempo de acompanhar as novas gerações. A minha empresa está na quinta geração, entrando na sexta.
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Rafaela na transferência de Haaland para o City. Em breve, vai assinar maior contrato de material esportivo do futebol
Quando você trata como sexta geração, imagino que se refira a jogadores sub-20, então, certo?
Acho que pra isso acontecer a gente teve realmente que se estruturar de uma maneira um pouquinho mais profissional. E sim, quando quando estou pensando já na minha sexta geração já considero o Xavi Simons (holandês de 19 anos, que joga no PSV). É um passo da próxima geração, da geração do Haalland né? (Xavi) já é o que vai vir depois. Ela já é a seguinte.
O Haaland você conheceu com quantos anos?
O Erling eu conheci aos 17 anos.
O pai dele foi jogador, já tinha envolvimento no futebol. Vocês recentemente fizeram a transferência dele para o Manchester City. Como foi participar disso num ambiente em que muitas vezes o clube fala mal dos agentes? Ainda mais sendo mulher num mercado como esse.
- Tem clubes e clubes. Há clubes realmente que levam o trabalho do agente a sério e que acham que o trabalho do agente é algo importante e tem clubes que acham que não é. Eu acho que os clubes que não entendem isso poderiam rever os conceitos, porque eu realmente acredito no trabalho do agente. Obviamente tem bons agentes, maus agentes, competentes, não competentes, honestos e desonestos como em qualquer profissão. Pensando no agente sério, é um agente que realmente vai trazer alguma coisa para o jogador, na minha opinião, porque, minimamente, já viveu coisas que o jogador ainda não viveu. Se for um agente bem preparado, além de tudo, ele vai ter uma bagagem que o jogador não tem porque ter. O jogador não foi formado para certas coisas. Do mesmo jeito que eu não sei jogar futebol. Cada um tem que ter o seu papel. Digo sempre que a gente joga como um time de futebol. Não adianta um time só ter goleiro ou só ter atacante. Cada um tem que jogar numa posição diferente. E o jogador é principal do time. E ficamos nós todos em volta dele. Os clubes de futebol, quando eu comecei, eram muito mais resistentes a mulher do que hoje. Não quero transformar isso em guerra do sexos, nem bandeira feminista, mas é um dado de realidade.
Você recentemente disse que ele pode chegar ao valor de 1 bilhão de libras. Tem clube que pode pagar isso tudo?
Quando eu falei do valor do Halland, eu estava considerando tudo. O valor dele como um pacote de transferência e imagem. Não sei se no futuro próximo algum clube vai chegar a pagar um bilhão por algum jogador. No futuro distante sim, hein? No futuro próximo eu não saberia te dizer. Mas quando o Paul (Pogba) foi transferido por 89 milhões de libras, se não me engano, era uma coisa inacreditável. "Meu Deus do céu, como é possível? É recorde, é livro de recorde". Hoje em dia se você fala de 90 milhões... é um jogador bom da seleção brasileira, da base. O que eu quero dizer é que se tornou um número aceitável no mercado. Quando o Paul foi transferido para o Manchester United, se alguém pensasse em Mbappé 300 milhões de euros, eu tinha que ser internada. Então esses números aumentam à medida que o valor desse esporte aumenta. Às vezes eu vejo aquele foco "ah, mas as comissões aumentaram". Mas tudo aumentou. A comissão aumentou, o valor do ingresso aumentou, o direito televisivo aumentou, o contrato de patrocínio aumentou... Quando eu comecei há 20 anos, jamais chegaria nos números de patrocínio que a gente está discutindo hoje para o Haaland. A gente vai anunciar, muito proximamente, o novo patrocinador do Haaland e é o maior contrato de patrocínio esportivo da história do futebol! Mas eu tenho certeza que daqui três anos quando eu olhar para esse contrato eu vou falar: "mas que contrato horroroso" né? Então a perspectiva de um 1 bilhão, ela vem disso, do crescimento desse esporte que é muito grande no crescimento dos números. A multiplicação é uma bola de neve. Eu realmente acho que a gente vai chegar nesses valores (1 bilhão) para jogador.
Contrato novo do Haaland foi um exemplo apenas ou é algo que está para sair? Pode tratar de estimativa desses valores?
Bom, todo mundo sabe que ele vem jogando sem patrocinador há um tempo e agora está na hora, né? Então a gente muito em breve deve estar anunciando isso daí. Os valores, se a gente falar, a gente perde o cliente,então eu acho melhor não falar.
Voltando ao preconceito que você já comentou. Existia situações de clubes que não queriam negociar com você?
Não, isso é inútil (não querer negociar comigo). Obviamente, estive em várias situações aonde pra tentar me desmoralizar, na hora que acaba o argumento, o argumento que sobra é "mas você é mulher. O que que você sabe de futebol?" Quem tentou fazer isso só perdeu tempo e pelo contrário. A Enrica (assessora que acompanha a entrevista) é testemunha. Ela trabalhava num clube que ela que me contou. As pessoas falavam que quando chegava o Mino eles estavam felizes, quando eu chegava eles falavam "não é possível, ela veio, meu Deus do céu". Então depende muito da perspectiva de quem está olhando, da experiência que a pessoa viveu. Mas tem muito preconceito, teve muita teve gente que já olhou na minha cara e me falou: "eu achei que você era só uma puta brasileira". Já escutei gente me falar isso pra tentar me desmoralizar. Mas eu também encontrei dirigentes de clube que falaram "nossa, que legal, uma mulher" e que realmente me deram uma mega de uma mão porque eu era mulher. Porque acreditam na igualdade e realmente deram daquela forcinha. E de um modo geral as mulheres que estão no futebol me ajudaram demais. Mulheres que estavam em outras posições, talvez não decisórias, mas em milhares de momentos me ajudaram, me passaram até coisas que não poderiam ter passado, me deram documentos que não podiam dar, só porque era mulher.
E quanto aos jogadores?
Nesse caso, o fato de ser mulher eu acho que sempre ajudou. O fato de ser mulher sempre foi uma vantagem na minha opinião, porque dá um espaço para um tipo de conversa que às vezes o homem não tem com o jogador. Eu sempre me me entendi bem nesse papel, me senti confortável em relação aos jogadores.
Como é que você vê o mercado brasileiro hoje de agentes? Eu sei que vocês têm o Wesley Gasolina, hoje do Cruzeiro, que quem acompanha é Jorginho Paulista (ex-jogador, que foi representado por Mino). É um mercado para o qual olham?
Eu sou a pessoa mais entusiasma da face da terra com a SAF. Essa oportunidade é um momento histórico no Brasil porque pode levar o futebol brasileiro a um patamar que ele já deveria estar há muito tempo e que ele merece estar. Talvez os clubes de futebol venham a ter uma possibilidade de uma gestão mais longa, mais continuada. A gente começa a pensar em projeto de médio e longo prazo. Acho que isso tudo acontecendo, o patrocinador, os direitos televisivos, isso tudo pode vir a aumentar. As pessoas que eu tenho visto entrando nos projetos de SAF têm visão bastante moderna de futebol, inclusive como entretenimento, em fazer mais do que o que está sendo feito hoje. Se essa tendência continuar eu imagino que o mercado brasileiro vá se fortalecer tanto que os jogadores inclusive tenham mais motivação pra não sair tão cedo. Para voltar mais cedo, para eventualmente nunca sair. Como acontece no México. Lá, existe um mercado, salários são importantes, o cara passa a vida lá. Então eu acho que o mercado brasileiro está num momento de renovação e só vai crescer. Falo isso pra todo mundo e espero poder estar junto quando esse negócio crescer.
Vocês representam o Balotelli, que recentemente negociou com o Flamengo. O que não deu certo nesse negócio?
O pessoal do Flamengo esteve no meu escritório. A gente chegou a se encontrar em Mônaco, a gente se reuniu, a gente teve muitas conversas, mas não era o momento para as duas partes. Essas coisas acontecem. Mas em vez da gente falar de como é que foi, eu lanço um desafio para dizer: vamos ver como é que vai ser? Por que não levar ele agora? Uma das coisas que eu adoraria ver na vida era o Mário (Balotelli) jogando Flamengo.
Acha que ele se adaptaria bem aqui?
O Mário tem a cara do Brasil. O Mário é a cara do Brasil. Ele é divertido, ele é inteligente, ele sabe o que ele faz. Ele é no bom sentido, no bom sentido, aquele bom malandro. Ele é ótimo. Acho que o Mário, no Brasil, ia fazer a torcida realmente de passar super momentos. Eu acredito demais nisso.
Ele é um tipo de jogador que dá o que falar dentro e fora de campo, como muitas vezes vocês precisam lidar. Como administram casos mais problemáticos? Mino era chamado de pai para alguns. Você tem esse papel maternal também se necessário?
- Olha, eu acho que a gente não pode escolher o papel que a gente vai assumir na vida do outro né? A gente faz o que acha certo e o outro nos dá o papel. Me surpreendeu muito quando eu vi o documentário do Paul (Pogba) e ele falando de mim. Ele fala sou uma segunda mãe. Falei para ele: "como assim? Você me acha tão velha assim?" Mas na verdade, claro, é uma grande honra. O que a gente tenta fazer sempre na empresa é oferecer ao jogador leque de opções do que a gente pode dar pra ele. O jogador define o tom da relação. Tem jogador que liga pra gente todos os dias, tem jogador que liga só quando vai ser transferido. O Maxwell (ex-lateral-esquerdo) era um cara que falava: "eu não quero saber. Quero saber no dia que for pra assinar, porque me atrapalha saber tudo todo dia." Mas tem jogador que quer saber tudo todo dia. Mas claro que jogador é exposto muito cedo a uma série de desafios que nenhum adolescente tem que confrontar nessa idade. Alguém de treze anos, uma criança de doze, a gente espera um comportamento profissional? Eu, pessoalmente, não, mas eu vejo às vezes alguns treinadores, alguns clubes de futebol, que esperam o comportamento profissional de um menino. Então a gente já tendo vivido isso muitas vezes ajuda a família a entender o que está acontecendo, ajuda o próprio jogador a entender o que está acontecendo de uma maneira que tudo isso não seja sufocante. Não seja desesperador e não deixe ele completamente enlouquecido. Por que é assédio de mídia, é Instagram, é assédio de gente, de mulher, de gente oferecendo coisa.
Vi uma reportagem recente que lhe chamava de "A senhora do mercado". Como vê essa aura que muitas vezes acompanha os grandes agentes? Essa coisa de ter muito poder, de ser amado, mas muitas vezes odiado por clubes.
Eu acho que o procurador não tem poder. O poder é do cliente. Se você tem um cliente que tem grande valor estratégico pra um clube e ele está junto com você, ele te empodera pra representá-lo. Você fala mais alto e o seu cliente fala: "vai, faz por mim" e claro que a gente consegue falar um pouquinho mais alto. Tem outras situações que não. Então eu acho que o nosso poder, na verdade, é uma consequência da força do jogador. Mas nosso trabalho não é um fim em si mesmo. Ele é um meio para alguém chegar em algum lugar. O jogador chegar onde ele tem que chegar. Agora essa história da gente ser amado ou odiado acho que existe muita manipulação midiática. Com algumas intenções específicas, às vezes, inclusive, de desmoralizar uma classe pra enfraquecê-la. Tenho certeza que existem agentes horrorosos e agentes ótimos. Agora essa demonização do procurador é fruto ou de má informação, de desconhecimento do que realmente é o trabalho do agente ou de alguma alguma intenção excusa de fazer a gente perder um pouco de força porque às vezes a gente incomoda sim. Porque querem enganar o jogador. Agora se a pessoa está incomodada, porque a intenção é enganar o jogador, os incomodados que se mudem né?
Para encerrar, queria que falasse como foi receber o prêmio de melhor agente das mãos do Pogba?
- Foi muito bacana, fiquei muito feliz por esse reconhecimento. Eu não esperava de maneira nenhuma receber esse prêmio e é claro que é uma satisfação, é um resultado de um trabalho em equipe. Toda a minha equipe trabalhou muito nesse período super conturbado que a gente viveu. Não teve cara feia, não teve quem não estivesse cansado, quem tinha fome, queria dormir, eu queria ver a família, o cachorro, o papagaio, então a nossa equipe, na verdade, que ganhou o prêmio. Não eu sozinha. E tem aquela dose de nostalgia, aquela dose de: "preferia que não fosse eu né?" (se emociona). Mas é o que é, então a gente tem que realmente a gente só pode agradecer e tomar isso como uma grande responsabilidade pra continuar trabalhando.
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